quinta-feira, outubro 20, 2011

Memória de Pele.


Eu esperei pacientemente até o momento em que eu me despiria, haviam muitas luzes no quarto.

Existia no seu olhar uma avidez assustadora, não dissemos uma só palavra, nos abraçamos e permanecemos assim, o abraço durou o tempo de uma opera, senti o desejo ardente do seu corpo e instantaneamente meu corpo reconheceu cada poro do corpo dele. 

Suas mãos passearam pelo meu cabelo, silencio, nada de palavras, a linguagem agora é a do corpo, ele dita as regras.
Penso que em outros tempos já estaríamos nus na cama, mas hoje não! Hoje nos reconheceremos, ele agora trás cicatrizes de guerra.

Olho a nossa volta, a cama, o lençol branco, um branco anil, o quarto iluminado faz daquela cama um altar, minha carne é tremula e nas minhas entranhas corre sangue, sangue rubro.
Nosso amor é vermelho, tal qual o sangue que jorra de mim, penso nos lençóis brancos, penso que se eu me deitar nele vou maculá-lo com o meu sangue hesito.

Continuamos ali abraçados, para no momento seguinte me ver despida por ele que lentamente tira o meu vestido, me deixando então frágil, o vejo detrás de mim pelo espelho, me encolho, ele me enleva, toca meu ombro afetuosamente, com calma faz cair a alça do meu sutiã e toca os meus seios que já estão quase a mostra eu me fito no espelho, sinto sua mão forte apertando a minha bunda, enquanto morde a minha nuca num movimento sincopado, sua outra mão busca pelas minhas coxas, ele as aperta querendo tirar de mim um som doce e melancólico e tem êxito.

Já com as mãos livres, tira a minha calcinha percebe o sangue que escorre pelas minhas pernas, eu tento me livrar dele, corro compulsivamente pelo quarto, corro em círculos, até que ele sem fôlego consegue me alcançar, me jogando então sobre a cama, sobre os lençóis brancos antes imaculados, mas que agora carregam a macula do meu sangue.

Ele se diverte com a cor rubra e diz que meu sangue é da cor dos meus lábios e assim me beija com voluptuosidade, sinto sua língua tocando a minha, nada mais se move, os lábios só se encostam, apenas a língua dele passeia dentro da minha boca, ofereço então a minha, ele aceita e eu sinto uma pequena explosão, um frêmito.

Meu corpo num rumor surdo e áspero... Minhas mãos embora livres estão presas, não consigo me movimentar estou paralisada na cama tudo o que eu sinto é sua língua encostando na minha num desvario de quem tem pressa em engolir o mundo. E ele o faz como se me comesse o sexo.

Assustada abro os olhos pra ter certeza que é mesmo ele! Sim é ele. Volto a fechá-los e só vou reabri-los depois do beijo.

Ele me oferece seus dedos e sinto cada centímetro deles entrando dentro de mim, tão fundo que chego a me contrair de dor e percebo que só ele consegue chegar tão fundo em mim, sempre nos pertencemos e não seria diferente dessa vez, seus dedos estão sujos de sangue e as primeiras gotas de suor começam a molhar minha testa, ele as seca fazendo com que assim meu rosto também fique sujo com o meu sangue, assopra meu rosto, seu hálito fresco recai sobre mim como uma pequena brisa.

Ele se desloca na cama como um bicho e só para quando chega no meio das minhas pernas, fazendo com que elas se abram num movimento quase brusco, me olha minuciosamente e eu cheiro os meus braços, meus ombros, resgatando assim o cheiro dele em mim.
Sem pudor algum ele lambe meu sexo, diz que meu sangue é doce assim como a minha boca. Ele tem uma necessidade intensa, quer verter tudo de dentro de mim, demonstro uma certa resistência, mas ele me impede levantando então os olhos buscando os meus e eu me vejo refletida nos dele. Percebo então que ele é o meu espelho.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Paixão Aguda e Urgente.

Traz-me tua paixão aguda e urgente, trás o teu desejo que não se encerra, vem se mexendo para que eu possa me abrir em movimentos sincopados.
Quero-te ainda, hoje, alucinadamente mesmo de longe, vem me tirar do chão, do sério.
Vem me fazer ter certeza que eu sou a tua bússola e também a tua desorientação, quero que abra com tua mão o que sempre foi teu. 
Me dispo, estou nua sinto a minha barriga tremula a espera de sentir o teu corpo colado ao meu, esperando o que já é uma adição tomar conta do meu sexo e desejo.
Te espero. Vem logo. Com Calor... Pressa... Vem suprir os desejos da minha boca que espera por um beijo teu.
Faz alguma coisa, te quero já, é urgente sim!
Vem me acende como se acende a um fogo. Uma lâmpada, tocha, uma mulher.
Vem me excita, eu quero que isso se faça mais e mais e de novo, fortemente como tem sido, hoje, agora!
Repito todos os gestos como costumava fazer antes da sua partida, me sento na cama de frente para você, nua...Com as pernas abertas, me tocando e te olhando nos olhos.
Revivo todas as variações desse inesgotável e delicioso tema que nos uniu nessa vertigem adorável, sinto o calor delicioso do teu gozo quente no meu rosto, seio, boca, corpo, sexo... Tudo.
Tento me lembrar da tua voz, mas o que me vem é o silêncio,o desejo e eles me bastam. E nesse momento ampliam essa onda de delicias que me pegou de jeito.
Sinto uma explosão pulsante ao me recordar dessa visão, essa visão do futuro mais próximo.