sábado, novembro 12, 2011

Helena



Esse pequeno instante de eletricidade, essa pequena morte era pra Helena sempre um recomeço, mesmo exausta ela queria mais e mais, queria que essa sensação, essas faíscas não cessassem nunca, por vezes depois do gozo, Helena se deitava de lado,com as pernas juntas numa espécie de suplica, quadril arqueado projetando as nadegas pra trás, fazendo com que assim quem estivesse atrás dela tivesse uma visão ampla do seu sexo, fantasiava línguas, dedos, bocas, estava ali exposta ao alcance de quem passasse, fosse homem, fosse mulher, qualquer um que fosse, ela estava ali pronta, aberta como flor orvalhada.

Ela, porém sempre se perguntava: O que fazer? Eu sou assim, preciso pensar coisas sujas, imaginar bocas desconhecidas para amplificar esse pequeno instante, nascera assim, feito bicho, mas era bicho diferente, estava sempre no cio, por vezes fantasia andar sobre patas, sem roupas, ainda mais aberta, ela era de quem sentia o seu cheiro, de quem se sentia atraído por ele, não sabia ser diferente, aprendera assim.

Desde o primeiro homem, dele só desejou o prazer, nada de beijos, nada de afagos, nada de nada, apenas línguas e dedos e que venho o próximo, esse já não me serve. Puta!Puta nunca foi, nunca cobrou por suas prendas.

Helena era o que então? Por suas pernas passaram reis, rainhas, pobres soldados, mulheres maledicentes, pra ela não tinha importância, fosse quem fosse ela estava sempre pronta.

Seu monte de Vênus ostentava uma penugem negra que reluzia ao sol tal como seda brilhante, mas Helena gostava mesmo era da penumbra, onde rostos, homens e mulheres ganham outras formas, onde perdem os pudores e as mascaras caem, ela era assim e quem poderia questionar? Os que iam ter com ela? Não, esses eram feitos do mesmo barro, libertinos em busca do prazer.

Certa vez lhe perguntaram se ela não se cansava de ser sempre assim receptível e ela respondeu sem pestanejar, me cansa ser como os outros, só sou uma mulher na nomenclatura, dentro de mim sou bicho e quem há de me repudiar? Tu que vens até mim com os olhos famintos, percebo a baba que escorre dos teus lábios, só não tens coragem de te servir.
Dito isso Helena se fechou, não es digno sequer de me olhar, pois me vê como uma vergonha, vergonha tenho eu te ti que nega a tua fome, dizendo isso o expulsou da sua casa.

Naquela noite ele não dormiu, se questionou e acabou por invejá-la, ela porém se fez mais bela ofereceu além do seu sexo seus seios e sua boca a oferta fora bem recebida por todos que entravam.

Na manhã seguinte aos primeiros raios do novo dia, ele estava lá na porta de Helena, olhos de cachorro faminto, ela que não era de recusas o deixou entrar, estava nua trazia no corpo odores misturados aos seus ele não resistiu e com fúria se jogou sobre ela, lhe mordendo a nuca, lhe cheirando as nadegas e como bicho se esbaldou sobre e dentro dela. Helena com os olhos ainda mais brilhantes e vidrados só teve tempo de balbuciar... Entende agora? A fome sempre é maior que a decência.

Henri de Toulouse-Lautrec









domingo, novembro 06, 2011

Lágrimas Rubras.

Os cabelos presos logo foram soltos fazendo com que assim eu os sentisse sobre a minha nuca e os meus ombros, minhas costas apoiadas na parede senti seu membro indolente numa fúria desavergonhada.

Empurrou-me rumo à cama, senti na minha pele a maciez do lençol de seda, isso fez com que meu corpo se arrepiasse e assim nesse estado latente dei aos seus olhos e as suas mãos toda a liberdade, me sentia naquele momento obsequiosa demais pra discutir.

Ele se jogou sobre mim com ímpeto total, a liberdade que eu dei aos seus olhos e suas mãos já não bastavam ao seu desejo e suas caricias se intensificaram.

Beijou os meus lábios com total despudor, lambendo o meu rosto, mordendo minha orelha entoando cantigas rente a minha pele num tom de confissão.

Eu as ouvi e logo minha pele ganhou outra cor, ela passou de branca para um tom rubro.

Meu desejo agora estava todo concentrando no meu sexo, senti meu liquido quente molhando os lençóis já num começo do que seria minha submissão total.

Rendida lhe implorei que rasga-se a minha roupa e assim ele o fez, mas não antes de desferir alguns golpes sobre o meu rosto.

Virou-me de costas num movimento brusco, mordendo minha nuca, minhas costas, senti seus dentes entrando fundo nas minhas nádegas.

Logo eu estava vermelha, meu corpo marcado pelo furor que saia de mim e se apoderava dele, não suportando a idéia de me ver sofrer, afagou os meus cabelos com ternura e eu na minha desfaçatez permite que ele o fizesse.

Em seguida segurou firme a minha cintura, me rodando e me fazendo voltar a posição inicial de frente pra ele.

Pacientemente acariciou meu corpo, olhava cada pedaço meu como se fosse à primeira vez, seus olhos cintilavam.

Lagrimas então surgiram dos meus olhos numa tentativa vã de aplacar o fogo que consumia toda a minha carne agora estirada sobre a cama.

Seu corpo fazendo pressão sobre mim enquanto minhas lágrimas banhavam meu rosto agora mais quentes do que o meu próprio corpo poderia suportar e numa explosão de volúpia me fiz ainda mais rendida, mas ainda não me sentia satisfeita, eu queria mais, precisava de mais, pedi que me batesse com mais força e ele então se tornou fugidio por alguns segundos só pra em seguida puxar o meu cabelo levando pra junto dele o que ainda restava de mim, senti sua respiração vindo de encontro aos meus olhos, seus lábios se abriram e ele secou as minhas lágrimas com a língua.

Permaceu assim até que eu adormece-se, depois? Depois eu nada senti.