segunda-feira, agosto 22, 2011

As Rotinas de Joana



Nada me apetece, andei pensando sobre isso, vejo as coisas em pequenos borrões como se elas fossem anteriores a sua própria existência.


Faz frio, meu corpo está cansado e seco, o vento insiste em entrar por entre a roupa, fazendo sentir um arrepio dolorido na espinha.
Paro para tomar um café , o casal ao lado parece apaixonado, eles se beijam e fazem juras de amor com as mãos entrelaçadas. Logo adiante uma turma discute cheia de trivialidades, ninguém se olha nos olhos. Não sei se conversaria ou se saberia conversar com quem não me olha nos olhos.


Dois jovens se aproximam e se sentam logo atrás de mim, eles falam sobre a aventura da noite passada, parecem pouco experientes pois só falam dos detalhes, se eu me virasse e perguntasse qual era o cheiro ou o gosto da mulher que esteve com eles noite passada eles não saberiam responder.


Joana faz esse mesmo trajeto todos os fins de tarde antes de ir pra casa, escolhe um café se senta e se põe a observar as pessoas, pra em seguida voltar pra casa exausta das suas próprias especulações.


Quando chega tira os sapatos antes de entrar, mesmo no frio, essa é a regra. Procura as chaves na bolsa e entra já sabendo o seu destino, seu corpo instintivamente vai direto pra cama, se livra das roupas rapidamente e se põe nua sobre as cobertas, mais uma de suas regras, sempre dorme nua não importando a estação do ano.


Se aconchega sob das cobertas, pega embaixo do seu travesseiro os fones de ouvido e se tranca mais uma vez no seu devaneio. Ela acredita que Joana Francesa foi feita pra ela e isso a excita profundamente, mesmo exausta Joana sempre se masturba antes de dormir, afinal ela é cheia de regras.


Suas mãos primeiro tocam os seus seios, aperta de leve os bicos os sente intumescidos, a outra mão rapidamente encontra o seu sexo, já conhece o caminho.
Logo ela encontra o ritmo exato e o faz sem pressa, a palma da mão sobre o seu monte de Venus fazendo pressão enquanto os seus dedos ágeis vão se alternando.


Joana suspira fundo, seus olhos levemente vão se fechando, o corpo se alongando, seus pés fazem pressão sobre o colchão, fazendo com que assim seu quadril fique ainda mais arqueado so assim ela pode sentir os seus dedos entrando ainda mais fundo. Ela se consome e se basta. Antes mesmo de ouvir o ultimo refrão: 


Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda o gozo é inevitável. Essa é a regra.

Um comentário:

Anônimo disse...

''de todos os meus mil amores... foste tu o número um!''
(um samba antigo.)