sábado, agosto 20, 2011

Traição se paga com Tango


Ester nunca mais voltará a ouvir tango, tinha medo do ele causava nela, cansada da clausura e da falta de amor foi até o armário separou seu melhor vestido cantarolou no caminho do banho, se despiu entrou no box e sentiu a água quente escorrer pelo seu corpo.

Demorou um pouco mais que o usual, saiu do banheiro rodopiou pelo quarto abraçada ao cabide sentido a maciez do vestido na sua pele, se fitou no espelho em seguida se vestido e saiu.
Rodou por toda a cidade na expectativa de encontrá-lo mas, sua busca foi em vão,  no carro a música estava alta,seu corpo mais uma vez fora consumido pelo desejo,o tango novamente se apoderava dela,como tantas outras vezes já o tinha feito.

Voltou pra casa aflita,levou um susto quando o viu na porta,ele trazia consigo uma garrafa de vinho e a convidou a segui-lo,ela sem nada temer o acompanhou.
Não sabia sequer para onde estava sendo levada,mas como no tango se deixou ser conduzida e ele de fato tinha mãos fortes,mãos que sabiam arrancar dela todo o furor e desespero desses longos anos sem música,sentiu então seu corpo ganhando vida.

Chegaram então ao seu destino,o dia já estava quase amanhecendo e ele era de um vermelho vivo,tal qual o lençol que ele estendera sob uma árvore,sobre uma grama verde,rodopiou debaixo da árvore por sobre o lençol,pés descalços,sentiu as mãos dele nos seus joelhos a puxando para baixo,logo se viu livre do vestido,estava deitada sobre o lençol,sua pele branca contrastava com tudo e a visão que ela teve foi dele entre as suas pernas,olhos azuis famintos,um sorriso de soslaio, tudo era felicidade.

Sentia sua língua quente no seu sexo,tudo nela era uma explosão de sensações e sentimentos,nada nela lembrava a mulher de antes,ela estava refeita,tomada pela dança,a dança e a língua tomaram um só ritmo,achou que fosse enlouquecer.
Fechou os olhos por apenas um segundo,queria permanecer assim pela eternidade, mais a sua ânsia era tamanha que ela não queria perder nenhum detalhe daquela cena, segurou firme os seus cabelos e o trouxe de encontro aos seus lábios,a boca dele tinha o gosto e o cheiro dela,o beijou com desespero,o desespero que só se vê no ultimo beijo.

Ele desceu beijando o seu pescoço,tão próximo e tão rente a sua pele que ele pode ouvir todo o compasso da sua respiração,até que lentamente depositou a boca em seus seios,primeiro um,depois o outro,agora eles eram tudo o que existiam pra ele, lentamente desceu uma das mãos até o seu quadril,arqueado,tal qual o peito arfante,no ritmo da dança,sentiu seus dedos entrarem no seu sexo lentamente, primeiro um,depois outro,sentiu que poderia recebe-lo inteiro dentro dela se fosse possível,tamanho era o seu desejo,desejo que por tanto tempo fora reprimido.

Viu brilhar nos seus olhos toda a devassidão que outrora ela negara,por medo,medo da sua natureza feroz e tão fugaz,ela manteve a musica longe,mas agora pra ela já não existia salvação,estava fadada a luxuria.

Sua carne tremia,as convulsões de gozo vieram em seguida,eles adormecerem um sobre o outro,sentindo o gozo escorrendo por entre as pernas,os seus cheiros misturados no lençol vermelho,mas o tango! Ah o Tango esse não cessou nela nunca mais.

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