quarta-feira, setembro 22, 2010

Gosto Ocre


Eles se amam com o desespero dos apaixonados, seus corpos têm a ver com Deus. São como a natureza, perfeita nas suas funções, faz ter sentido a beleza.
Porque a beleza dos seus corpos é a fluência de quem eles são, e do que eles fazem.

As noites de amor são intermináveis, os beijos sempre tão apaixonados, eles são feitos do mesmo barro, já se fundiram e agora são um só corpo, se tornam um só nas delicias da cama e na loucura do sexo sempre tão voraz e apaixonado.

Ele acaricia seu rosto com ternura e já não existe mais lucidez em seus atos, em seguida a golpeia como se quisesse vê-la morta, como se quisesse ver esvair todo aquele amor através da mão que golpeia.

Ela nada diz aceita, aceita o amor que aquele homem tem para lhe oferecer, ela há muito se tornara escrava daquele amor que sempre lhe parecerá tão impossível. E nem daria para ser de outra maneira, ela sabe que só está viva por ele estar nela, ela sabe que aquele amor é a sua gloria e também sua ruína.

Já cansada lhe diz: - Só gosto de mim por gostar de você, a minha vida só vale a pena se você estiver em mim e assim ela aceita o golpe, calada, permanece inerte... O sangue escorre pelos lábios, sente o gosto ocre, mas está feliz. Mesmo sem saber o que virá depois continua a lhe oferecer a face, e só consegue pensar que aquele amor deveria existir até que a ultima pessoa viva morra de cansaço.

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