terça-feira, setembro 21, 2010

Proibido

Ouço a mesma música repetidas vezes que é pra ver se eu te tiro de mim, a lembrança do teu nome surge nas horas mais impróprias.

Me olho no espelho e percebo que já deixei de usar batom e coleciono até verdades sujas e nada de te tirar de mim.

Danço pela casa nua. Passeio pelos cômodos frios. Paro mais uma vez de frente ao espelho, meus pés me guiam, a dança me envolve. Volto à sala. Nunca entro lá. Mais hoje no ímpeto da dança eu entrei e me deparei com você sentado no tapete com uma taça de vinho na mão.

Fecho os meus olhos, não ouso te olhar, a musica cessou, o único som que eu ouço é o som da tua voz me convidando para uma taça. Sento-me e aceito o vinho.
Você me pergunta se eu estive com outro homem durante a tua ausência. Levo os dedos até os teus lábios e o faço calar. Não quero te contar mentiras. Não estando assim! Nua.

Também não quero te contar verdades, pois sei que ouvirei as tuas, sei do prazer que vai sentir me contando que foi atrás de todas as putas da cidade e que buscou nelas o meu cheiro.

Enfim consigo, olho-te uma vez mais e percebo a tua boca atrevida nos meus dedos, de súbito me levanto. A taça cai, o som ecoa pela sala eu corro, saio e tranco a porta. Minhas lembranças me abandonam por completo e só então percebo que entrei no lugar que me é totalmente proibido.

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